VACUIDADE E
RENÚNCIA
Sidarta (Buda) descobriu que a única maneira de confirmar a existência real de
alguma coisa é provar que ela existe independentemente, livre de interpretação,
fabricação ou mudança. Para Sidarta, todos os mecanismos aparentemente funcionais
para nossa sobrevivência diária - físicos, emocionais e conceituais - caem fora
dessa definição. São todos apenas combinações de partes instáveis e
impermanentes, portanto estão sempre mudando. (…)
Por exemplo, você poderia dizer que seu reflexo no espelho não tem existência
própria porque ele depende de você estar em pé na frente dele. Se fosse
independente, então mesmo sem o rosto, deveria haver um reflexo. De modo
similar, nada pode realmente existir sem depender de incontáveis condições.
(…) como não temos a inteligência de ver as partes das coisas, nos conformamos
em vê-las em conjuntos. Se todas as penas são tiradas de um pavão, deixamos de
ficar maravilhados. Mas não estamos querendo muito nos render a ver o mundo
dessa maneira.
É como estar aninhado na cama tendo um bom sonho, levemente consciente de estar
sonhando, mas não querendo acordar. Ou ver um belo arco-íris e não querer
chegar perto, pois ele irá desaparecer.
Ter o espírito corajoso de acordar e examinar é o que budistas chamam de
“renúncia”. Diferentemente da crença popular, a renúncia budista não é
autoflagelação ou austeridade.
Sidarta se esforçou e foi capaz de ver que TODA A NOSSA EXISTÊNCIA SE RESUME A
ETIQUETAS COLOCADAS EM FENÔMENOS QUE NÃO EXISTEM REALMENTE. COM ISSO ELE
EXPERIMENTOU O DESPERTAR.
Dzongsar Khyentse Rinpoche
Fonte: do livro “What Makes You Not a Buddhist”
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