Não há existências materiais ou imateriais, assim
dizem os Vedas para sempre. Existe apenas o Atma, destituído de todas as
dimensões de unidade e de separação.
Tu não tens pai ou mãe, irmão ou esposa, amigo ou filho. Tu não és afetado pela
parcialidade ou imparcialidade. Como, então, pode existir esta perturbação em
tua mente?
Não há dia ou noite, tampouco amanhecer ou ocaso (O pôr do sol) em tua mente.
Como podem homens sábios atribuir corpo ao incorpóreo?
Sabe que, o Atma imorredouro é destituído de todo ou de parte. Nele não há
divisão ou união, nem pesar, nem alegria.
Não sou agente, nem desfrutador, tampouco existem quaisquer atos a me
prenderem. Não sou corpo, nem incorpóreo; como pode a posse ser atribuída a
quem tem nenhuma?
Não sou contaminado pelas paixões, etc. tampouco sofro aflições corporais.
Conhece-me como o eu ilimitado como o espaço.
Amigo, o que ganhas falando tanto? Amigo, o que ganhas com tais contorções
intelectuais? Já te disse o que é a essência verdadeira. Tu és o mais elevado
Eu, ilimitado como o espaço.
Deixa que os Yogues morram com qualquer impressão mental e em qualquer lugar;
eles se submergirão no Brahman como o espaço ocupado por um vaso se une com o
espaço exterior.
Aquele que morre, quer em casa ou em local de peregrinação, tendo-se despido de
todas as ligações pessoais, se toma o Eu mais elevado de todos, permeando tudo.
Os Yogues consideram toda a virtude, riqueza, ambição, as criaturas móveis de
todas as ordens, até mesmo a salvação, como tão imaginárias quanto a miragem.
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Avadhut Gita ✦
(A Canção do Asceta)
Mahatma Dattatreya
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